Foram 18 jogos até soltar o grito de campeão. Uma campanha inquestionável, a melhor de todo o campeonato, com 15 vitórias, um empate e duas derrotas. Ao longo da competição a equipe perdeu peças importantes, reveladas para grandes times do país, mas ainda sim soube se reinventar e manter a boa fase. “Ao longo da competição não gosto de dizer que perdemos, mas sim ganhamos alguns jogadores, porque se conquistamos o título quer dizer que o objetivo foi alcançado. Diante do que tínhamos, chegaram mais peças e montamos uma equipe competitiva de acordo com as características dos atletas. Mesmo nas adversidades, conseguimos nos adaptar, porque mudavam as peças, mas não as características do nosso jogo”, afirmou Cambé, técnico da categoria.
As duas derrotas durante o torneio foram justamente para o Paraná, a primeira na fase de grupos por 4 a 2 e a outra no primeiro jogo da final por 2 a 1. O técnico avaliou esses resultados ruins como grandes aprendizados, pois para ele o duelo mais importante foi o segundo jogo da final, em que o PSTC precisava vencer por 1 a 0 para levar a decisão para os pênaltis, ou por dois gols de diferença para conquistar o título direto. A equipe ganhou por 1 a 0 e após ser mais assertivo nas penalidades sagrou-se campeão. O grande diferencial do time ao longo dos jogos foi a ousadia de investir em atletas com 14 anos, inicialmente da categoria sub-14. Poucos clubes tiveram a mesma atitude durante a competição. Cambé afirmou que a necessidade de repor as peças atrelada à filosofia de clube formador do PSTC influenciaram no uso desses jogadores. O técnico concluiu exaltando o grande trabalho feito pela equipe. “O grupo está de parabéns, tivemos uma campanha fantástica, foi o melhor ataque e a melhor defesa. Para nós é muito glorioso. Eu gostaria de exaltar o trabalho de todos, nossos atletas sempre foram muito corajosos e sempre deram o máximo. Nós não olhamos para o tamanho da dificuldade e sim para nossa capacidade, isso foi fundamental para a conquista.”
O preparador físico Vinícius, carinhosamente chamado de Feijão pelos companheiros, também teve participação crucial na conquista. O baixo índice de lesões foi importante para manter a base de um grupo vencedor. “Como o campeonato foi longo e competitivo, a gente sabia da importância de não perder atletas para lesão. Contamos também com a ajuda do fisioterapeuta Madjer neste trabalho. Ser campeão fazendo um torneio longo, perdendo jogadores revelados para grandes clubes e sem um histórico de lesão mostra a importância do trabalho em equipe”.
Ao longo do ano de 2019, o PSTC teve três goleiros diferentes. Kauê inicialmente seria o titular, mas antes mesmo do início do campeonato foi levado pelo clube paulista Corinthians. Vitor Hugo chegou então para ser o titular, mas só ficou até o meio da competição, pois também acabou conquistando uma oportunidade no Athletico Paranaense. Diego Generoso, treinador de goleiros, afirmou que essas revelações coroam o foco principal de trabalho no PSTC, o de clube formador.
Após as duas baixas no gol, a equipe lançou seu terceiro goleiro: Fernando, atleta de apenas 14 anos de idade e que inicialmente integrava a categoria sub-14. Para Generoso, trabalhar um atleta um ano abaixo da sua categoria envolveu muito mais o lado psicológico. “Se mesmo com um ano a menos que os demais companheiros o Fernando tinha condição de ser o titular, não estávamos discutindo a qualidade, porque isso ficou claro que ele tinha, mas envolveu mais o fator psicológico e comportamental de um atleta sem tanta experiência para tal desafio. Por fim, acredito que conseguimos prepará-lo muito bem em todos os aspectos”, comentou. Os números mostram a eficiência do jovem goleiro: em dez jogos que atuou, sofreu apenas dez gols, sendo que em quatro partidas não sofreu nenhum. Nada mal para um estreante em suas condições.
Novamente os números provam a singularidade da campanha do PSTC no Campeonato Paranaense Sub-15 de 2019: foram 49 gols marcados e apenas 14 sofridos. Comparado ao Paraná, que também foi finalista, foram 32 gols marcados e 22 sofridos, tendo ainda o time da capital dois jogos a mais. Uma campanha para entrar na história do clube que há 25 anos se destaca no cenário nacional na revelação de jovens talentos do futebol. A tríplice artilharia também pertenceu ao PSTC: Felipe marcou doze gols, Alysson onze e Otavio oito. Uma campanha para entrar para a história.
