Se o PSTC teve o melhor ataque do campeonato e a defesa menos vazada, a comissão técnica também foi responsável por tal feito. Treinamento tático, preparação física e prevenção de lesões são algumas das funções desempenhadas pela comissão composta por técnico, auxiliar técnico, preparador de goleiros, preparador físico, fisioterapeuta e massagista. Além de uma equipe de saúde composta por um médico e um enfermeiro.
O trabalho desenvolvido por esses profissionais é muito importante para que o time venha conquistar os principais objetivos ao final de um campeonato. O técnico Reginaldo Vital, relembra o começo de temporada difícil, mas menciona a importância da comissão técnica para reestruturar a equipe. “Foi um início difícil, a equipe vinha com dificuldade na montagem, perdemos alguns jogadores e problemas com registro. Todos esses fatores contribuíram para que não tivéssemos uma boa estreia, mas nós da comissão conseguimos correr atrás do prejuízo a tempo, fazer uma captação boa com o fim da série A do Paranaense e montamos uma equipe forte já a partir da segunda rodada.”
Administrar a ansiedade e trabalho extracampo
Vital acredita que esse foi um dos pontos fortes da equipe neste ano se comparado ao ano anterior, o controle da ansiedade, a paciência em buscar sempre resultados positivos. “Ano passado também tínhamos um time muito bom, mas acabamos pecando um pouco em alguns aspectos, como esse de não administrar a ansiedade com a vinda de bons resultados. Esse ano também tivemos mais controle fora de campo, então são coisas que vieram para acrescentar para a equipe no campeonato.”
O técnico enfatizou a qualidade do time não só tecnicamente, mas também o comportamento além das quatro linhas. “Comandar os jogadores fora de campo é o mais difícil, são profissionais, mas depois de uma boa vitória vem a empolgação, por isso tem que trabalhar bem a cabeça do jogador. Esse ano devemos dar os parabéns aos atletas, foram muito profissionais, comprometidos com o PSTC, um grupo muito bom para trabalhar.”
Para o auxiliar técnico Lierte Pastre, trabalhar com os chamados “jogadores de grupo”, atletas considerados com bom comportamento dentro e fora de campo foi o diferencial que faltava ao PSTC para conquistar o acesso e o título. “No começo da temporada, foram oferecidos jogadores com experiência em grandes clubes, mas com um extracampo ruim e não era o que queríamos. Optamos então por dar oportunidade para atletas mais jovens e com qualidade, que tinham um extracampo muito bom”, afirmou.
Defesa menos vazada
Em 19 jogos, a defesa sofreu apenas 18 gols, tornando-se a menos vazada do campeonato. O preparador de goleiros Diego Generoso acredita que o revezamento entre os goleiros Jefferson e Robson foi um ponto positivo para alcançar tal marca. “Quando o campeonato começou, o Professor Vital me perguntou quem iria jogar. Eu ficava com aquela dúvida boa que a gente chama no futebol, porque ambos estavam aptos.” Ele também destacou a compreensão de ambos no revezamento. “O Jefferson jogou os três primeiros jogos e o Robson por ter ficado no banco, não deixou de trabalhar sério, não desanimou no dia a dia, foi crescendo e passou a revezar com o Jefferson. Eu fico feliz pelo resultado de ambos, pois são dois grandes profissionais, jogadores de grupo.”
Preparação física da equipe
Madjer Vinícius Ballotari é fisioterapeuta da equipe e desenvolve juntamente com o preparador físico João Carlos Fonesi um trabalho de pré e pós-jogo com os atletas. “A nível de evitar lesões, a gente trabalha com RPG (Reeducação Postural Global), por exemplo, que é um trabalho de fortalecimento e alongamento e essa ação já realizamos há anos e tem dado certo, tanto que tivemos poucas lesões e esse campeonato mostrou bem isso”, afirmou o fisioterapeuta.
Com uma primeira fase de campeonato marcada pelo esforço excessivo devido aos jogos duas vezes por semana, o trabalho de recuperação física foi fundamental para manter o alto nível dos atletas. “A recuperação pós-jogo varia de atleta para atleta e é muito importante respeitar essa individualidade. Alguns atletas conseguem treinar com um nível legal de intensidade até 48 horas depois da partida, já outros atletas não conseguem atingir esse mesmo nível de intensidade e isso também varia da ação do atleta na partida”, explicou Fonesi. Ele também falou sobre a rotina de treinos mediante a tantas partidas seguidas na primeira fase. “Em muitos momentos realizávamos a manutenção da força dos atletas já que não dava pra treinar intensamente, somente o primordial e a parte tática.”
O trabalho de recuperação em caso de pequenas e grandes lesões ficava sob a responsabilidade de Ballotari e Maurício Kanashiro, médico responsável da equipe.
Preparação para 2020
Lierte acredita que deve haver uma grande preparação atrelada a paciência na busca por resultados. “Sabemos que para um time que voltou a primeira divisão agora, devemos ter a sabedoria que aos poucos vamos conquistar espaço na competição. O primeiro objetivo é manter uma base do time e depois ter a humildade para buscar permanência na competição. Depois disso, finalmente poderemos pensar em algo a mais.”
O PSTC foi campeão da Segundona e conquistou números positivos. Em 19 jogos disputados, foram 12 vitórias, quatro empates e apenas três derrotas. Foram marcados 45 gols e 18 sofridos. Já o União, adversário na final, ganhou nove jogos, empatou seis e perdeu quatro. Marcou 26 gols e sofreu 21. Além disso, o artilheiro do campeonato também foi do PSTC: Gerônimo, com 9 gols marcados.